segunda-feira, 28 de julho de 2008

Em tempos de lei seca aí no Brasil...

domingo, 20 de julho de 2008

Aventura em Onjuku...





Onjuku é linda. Na minha opinião não deixa nada a desejar comparando-a a algumas das nossas praias, principalmente as de São Paulo. Areia fininha, água limpa, a praia é frequentada por muitos jovens, famílias e principalmente surfistas. Há mais de um mês estavamos planejando essa viagem, conseguimos ajeitar tudo para que fosse na semana do meu aniversário e lá fomos nós. A cidade de Onjuku fica a mais ou menos 2h de onde estamos. Saímos daqui na sexta de manhã, logo depois do trabalho e voltamos no sábado a tardinha. Sem dúvida foi uma viagem muito divertida e eu inclusive não hesitaria em dizer que provavelmente essa tenha sido uma das viagens mais divertidas da minha vida e já vou explicar o porque, mas antes deixa eu contar um pouco mais da nossa aventura. Como não conseguimos fazer reserva antes de ir, Edgar pegou o nome de algumas "pousadas" e acabamos indo assim, sem lugar definido para ficar. Procura daqui, procura de lá... e nada... até que chegamos na praia. Eu não sei como funciona em outras praias por aqui, mas em Onjuku a praia conta com várias barracas que na verdade são uma espécie de restaurante ali mesmo na areia, onde além de comer, você pode pagar para usar um locker para guardar as suas coisas, pode alugar todo tipo de parafernalha para usar na praia como cadeiras, guarda-sol, bóias, etc... além disso, nessas "barracas" você encontra banheiro com vestiário e chuveiro e pasme... até secador de cabelo pra você se arrumar para voltar pra casa. É uma estrutura incrível, muito bem organizada como eu nunca havia visto em lugar algum. Uma dessas barracas tinha justamente o mesmo nome de uma pousada que estavamos procurando, então fomos até lá pra conferir. Edgar espremeu todo o seu japonês para falar com um senhor que aparentemente era o dono do lugar. Agora, já em casa, me ocorreu que depois de tudo, faltou ter perguntado pra ele o seu nome, porque esse senhor foi de uma hospitalidade incrível e ele não foi o único. Eu só sei que ele ligou lá pra tal da pousada que leva o mesmo nome da barraca, mas tinha um problema: como explicar pros dois gaijins como chegar até lá?!?! chama fulano, chama ciclano, até que vem ao telefone alguém que falava inglês, problema resolvido né? ... que nada! Falava uma coisa, a moça entendia outra... até que o tiozão da barraca pega o telefone e a moça resolve que viria nos buscar de carro ali na praia. No meio dessa confusão toda, um senhor japonês nós chamou pra sentar com ele, nos pagou café, tentava porque tentava conversar conosco, mais coitado, não conseguiu muita resposta... aliás, acho que nunca fiquei tão frustrada por não falar japonês, pq se falasse tenho certeza que teríamos ficado horas ali conversando com ele.
Depois de alguns minutos chegou uma moça com uma van pra nos pegar... e dá-lhe estrada... anda, anda e nada de chegar no lugar e a praia cada vez mais longe... como faríamos pra voltar tudo aquilo a pé?? Enfim chegamos a tal pousada e a moça que falava inglês veio falar conosco. Edgar comentou com ela que tinha pensado que a hospedaria ficasse mais perto da praia e que ia ficar meio difícil pra gente voltar tudo aquilo a pé outra vez... eram 3 mulheres nessa pousada: uma senhora, a moça que foi nos buscar e a que falava inglês... só sei que pra nossa surpresa absoluta ao invés de falar: blz então, boa sorte pra vcs... essas 3 começaram a ligar pra um e pra outro atrás de um outro lugar pra gente ficar!!!! E além de procurar outro lugar na concorrência, elas ainda estavam procurando lugares que não fossem tão caros!! Sinceramente eu não esperava por uma recepção dessa... e não parou por aí!! ... depois que encontraram um lugar pra gente ficar, as duas moças ainda nos levaram de carro até lá!!! Chegamos então na outra pousada, essa por sua vez ficava praticamente dentro da praia hauahuhauh, era só sair porta afora, dar 5 passos e já estávamos na areia... Isso que eu estou chamando de pousada, na verdade é uma espécie de albergue... você aluga um quarto, com tv e ar condicionado, mas o banheiro é dividido com todo mundo... mas tudo extremamente organizado.
Depois de instalados, fomos dar uma volta na praia. Como era sexta-feira, tinha poucas pessoas na praia, alguns surfistas...
Andamos, brincamos na água e depois fomos lá comer alguma coisa na barraca do tiozão legal. Outra coisa diferente por aqui é que tem horário pra você sair do mar... no caso de Onjuku, é proibido para os banhistas entrar no mar no período das 17h às 9h, então próximo às 17h nos alto falantes da praia começam a avisar que está na hora de sair do mar e aí então a área fica de uso exclusivo aos surfistas e como tem surfista por lá!! Eu acordei às 4:30h da manhã e dei uma olhada pela janela pra ver como estava o tempo... pra minha surpresa o mar já estava cheio de corajosos surfistas... corajosos sim, lembrando que as águas do pacífico são beeeem mais frias do que as do atlântico, as quais estamos acostumados. Lá pelas 10h da manhã fizemos o nosso check out, pegamos as nossas mochilas e fomos lá pra barraca do tiozão. Deixamos as nossas coisas no locker, alugamos um guarda-sol e fomos curtir os 30 e muitos graus do verão japonês. Sabadão, segunda-feira aqui é feriado (dia do mar), logo... praia CHEIA!!! Ahhhh, vale comentar que como era sábado, a barraca do tiozão estava com todo o seu staff, coisa que não tinha no dia anterior, então logo que chegamos por lá e fomos atendidos, o tiozão já veio, nos "apresentou" ao rapaz, garantindo assim que seríamos muito bem tratados e servidos.
Agora vem a parte onde eu explico o porque dessa viagem ter sido uma das mais divertidas da minha vida. Eu já tinha lido em um blog sobre um hábito muito peculiar dos japoneses no que diz respeito a praia: eles adoram bóias!! sim... bóias!! ... de todos os tamanhos, cores, desenhos, formatos... bóias. E não estamos falando de crianças, estamos falando dos adultos mesmo... jovens, moças e rapazes, senhores e senhoras de idade e claro, as crianças também. Quem não tem uma bóia, logo trata de alugar uma. E como eles se divertem na água!!! Não tem como colocar em palavras como é fantástico vê-los brincando na água... com certeza é muito diferente do que estamos acostumados no Brasil... Há quase 30 anos eu vou à praia e nunca, nunca vi pessoas se divertindo tanto no mar como vi nessa viagem. É contagiante ou como se diz em japonês: Sugoi!!! Cada onda é recepcionada por uma sucessão de gritinhos e lá vão eles onda abaixo em suas bóias e pranchinhas... é como eu disse, não tem como explicar tal visão... é simplesmente muuuuito divertido!! ... tenho que dar o braço a torcer, eles podem não ter praias tão bonitas quanto as nossas, mas sem dúvida alguma, sabem se divertir nelas muito mais do que a gente. O legal é que ninguém repara em ninguém... vale tudo, os mais branquinhos entram na água de blusa de manga longa e chapéu pra se proteger do sol, os mais tímidos ou despreparados entram de roupa mesmo, meninos passam bronzeador uns nos outros sem aquela coisa latina machista de que isso é coisa de bicha... enfim, todo mundo se diverte muito, do jeito que quiser e achar melhor...

RESUMO DA VIAGEM:

- Encontramos um pedacinho do paraíso perto de casa;
- Os japoneses são muito desconfiados com relação aos brasileiros, mas superada essa etapa, eles são extremamente gentis e solícitos;
- Em uma das nossas caminhadas vespertinas encontramos um tubarãozinho morto na praia;
- Aumentou ainda mais a vontade de aprender o japonês pra nunca mais perder a oportunidade de uma boa conversa;
- Próxima vez não esquecer de levar uma bóia!!!

I S2 Onjuku!!!