sexta-feira, 9 de maio de 2008

A menina e o gatinho... animação japonesa

Há alguns meses eu estava assistindo um programa de variedades que passa pela manhã aqui no Japão e tem um quadro em que eles abrem os e-mails enviados pelos telespectadores que mandam vídeos, histórias, fotos, etc... nesse dia alguém mandou esse vídeo. Quando terminou e voltou para as apresentadoras uma delas estava aos prantos e foi fazer algum comentário sobre o vídeo e não conseguiu conter as lágrimas. Pra quem conhece a cultura oriental sabe que eles têm um amor muito grande pelos "pets". Foi uma das coisas que eu não esperava encontrar aqui. Os japoneses são criados para não demonstrar suas emoções, tanto que até hoje não é difícil ver uma japonesa levando a mão à boca na hora de sorrir, é um movimento automático. O afeto e suas demontrações são reprimidas mesmo em família. Há um tempo atrás uma mulher vendo uma colega dar um beijo no rosto do marido perguntou se no Brasil isso era comum. A brasileira então respondeu que sim e perguntou se ela também não beijava o marido e ela respondeu que tinha vergonha. Questão de um mês atrás a manchete dos principais telejornais era o "escândalo" de um casal que foi pego pela câmera de uma estação de trem ou metrô, não me lembro exatamente, dando um beijo de língua. Os japoneses ficaram chocados com tamanha falta de pudor. Então toda essa afetividade reprimida acaba sendo redirecionada aos pets. Cães e gatos aqui são tratados como pequenas jóias peludas. O mercado de produtos para pets é muito diversificado e as clínicas veterinárias são mais frequentes nas ruas do que os próprios hospitais.
Mas voltando ao assunto do vídeo... não culpo a apresentadora por ter perdido a compostura uma vez que após os comerciais ela já havia se recomposto enquanto eu ainda estava aos soluços... hauhauhauhauha
Eu estava lendo o post de baixo, da minha gatinha e lembrei desse vídeo... pensei em procurá-lo no youtube mas pensei que jamais iria encontrá-lo afinal não tinha o nome do vídeo, nem qualquer outra informação a respeito, a não ser que se tratava de uma animação japonesa que poderia ser da própria pessoa que a mandou por e-mail para o tal programa. Mesmo assim, na minha imensa falta do que fazer, abri o youtube e coloquei gatinho no search... 4,770 resultados e só vídeos engraçados sobre gatos... aí tive a grande idéia de colocar no search animação de gatinho e surpreendentemente eu o encontrei com esse nome tão simples: menina e gatinho.
Não é difícil concluir que a essa altura essa que vos escreve já está com os olhos inchados né... É uma animação simples, apareceu no youtube junto a vários tutoriais de como fazer esse tipo de animação... mesmo para um olhar menos sensível, acho difícil permanecer indiferente à história que ela conta. Fica aqui de complemento para o post abaixo... Senhoras e senhores: menina e o gatinho...


Meu aviãozinho... Teco Teco


Eis uma foto da minha filhota com seu vestidinho de inverno que já não serve mais. Alguns meses depois que saí do Brasil ela foi castrada e segundo meu primo, está bem gordinha. É muito gostoso ter o amor de um bichinho, porque ele é puro, é sincero, ele gosta de você pelo simples fato de você existir e nada mais. Te aceita e ama incondicionalmente com as suas qualidades e defeitos. Sinto falta de acordar com o barulho do seu "motorzinho", de quando ela me chamava pra levantar a coberta, de quando ela "mamava" a sua cobertinha até cair no sono... das suas gracinhas, de quando ela me chamava pra brincar correndo de um lado para o outro e se escondendo, de como ela só tomava banho quando eu a colocava no meu colo e de como ela ficava manhosa quando queria o seu danone. Ela era a última coisa que eu via antes de sair de casa e a primeira que eu via quando chegava pois ela sabia quando eu estava chegando e ia até a porta me esperar... eu entrava e ela dava o seu pulinho na minha perna e saia andando na frente, como que me guiando. Se eu estava no computador, ela estava deitada encima do monitor... se eu estava no sofá ela corria e logo se transformava em um rolinho no meu colo... na hora de dormir eu a chamava e ela era a primeira a chegar na cama e como era bom dormir de conchinha com o meu aviãozinho!!!
Há anos eu guardo um poema que achei na internet... simples, meio infantil, mas muito fofo e que significa muito pra mim. É o nosso poema.

O RONRON DO GATINHO

O gato é uma maquininha
que a natureza inventou;
tem pêlo, bigode, unhas
e dentro tem um motor.

Mas um motor diferente
desses que tem nos bonecos
porque o motor do gato
não é um motor elétrico.

É um motor afetivo
que bate em seu coração
por isso faz ronron
para mostrar gratidão.

No passado se dizia
que esse ronron tão doce
era causa de alergia
pra quem sofria de tosse.

Tudo bobagem, despeito,
calúnias contra o bichinho:
esse ronron em seu peito
não é doença - é carinho.

... o coração dói de saudade
Te amo muito meu aviãozinho!!!

Mar - paixão eterna...



Há alguns dias eu estava olhando umas fotos, relembrando algumas viagens, alguns momentos da minha vida e de repente uma coisa me chamou a atenção. É incrível como a felicidade, a sensação de bem estar nos modifica a aparência!!! Nunca fui fotogênica, até uma certa idade não gostava muito de sair em fotos, fazia o possível para evitá-las. Hoje não tenho mais problema com isso, já estou bem consciente e conformada sobre o que vai sair e com essa coisa de máquina digital, com essa possibilidade de ver de imediato como ficou a imagem e poder apagá-la e tentar novamente, nós, pessoas não fotogênicas ganhamos boas chances... A questão é que analisando as minhas fotos pude perceber que especificamente naquelas tiradas em férias ou passeios na praia eu estava diferente das demais. Sou a mesma em todas elas, todas foram tiradas em momentos felizes da minha vida, viagens com o Edgar, momentos em família, o corpo é o mesmo, o cabelo é o mesmo, tudo é igual, mas nessas da praia existe um algo diferente e difícil de explicar, como se fosse uma aura, uma luz diferente, um brilho a mais. A minha paixão pelo mar vem desde muito pequena. As mais antigas que tenho são dos meus pais indo me buscar na escolinha onde eu fazia o maternal, com o carro cheio daquela parafernalha toda e lá íamos nós pra Caraguá. Chegando lá, eu no auge da coragem e determinação dos meus 4 aninhos pedia pro meu pai colocar as minhas bóias de braço, ou minhas asinhas como eu as chamava, pegava a minha pranchinha de isopor e ia correndo me aventurar à beira mar sempre sob o olhar atento da minha mãe, até que o meu pai me pegava nos braços e me levava com ele mais para o fundo...
Os anos foram se passando, eu fui crescendo e esse amor foi aumentando a ponto de ficar doente toda vez que tinha que voltar pra casa, no final das férias. Hoje, com quase 30 anos ainda choro escondido quando as férias acabam e tenho que voltar pra casa, porque na minha cabeça a minha casa de verdade é onde o mar estiver. Me emociono toda vez que vejo aquela imensidão azul lá do alto da serra, toda vez que escuto o barulho das ondas. Ali, naquele momento eu esqueço dos problemas, do stress, dos medos, das angústias, ali olhando para ele ou envolvida por suas águas eu sou sinônimo de felicidade, me sinto completa, segura, em casa. Eu estava precisando declarar todo esse amor e escolhi fazê-lo aqui, no mundo da lua e para ilustrar escolhi esse vídeo, sobre golfinhos, que peguei no youtube. Espero que gostem!!
P.S: Talvez para quem não tenha Real Player, não funcione o audio do vídeo...