terça-feira, 10 de julho de 2012

Decidi tirar as teias de aranha do blog e voltar a escrever! Isso mesmo! Quase 3 anos sem um único "postzinho", mas aqui estou novamente... =) Muita coisa aconteceu nesse tempo... muitas descobertas, muitas mudanças e é claro, muitas histórias pra contar. Essa que vos escreve tem muitas novidades para contar e acho que tenho assunto garantido pra muuuitos posts! A primeira das novidades é que tenho que mudar esse profile do blog, pois desde Outubro de 2011 já não sou mais gaijin e muito menos estou na terra do sol nascente, mas acho que isso não é mais novidade pra ninguém, não é mesmo? Após um breve pit stop na África do Sul, estou de volta ao Brasil e dessa vez pra ficar! (acho...)
Para a minha surpresa, a readaptação ao Brasil foi quase tão difícil quanto a adaptação ao Japão e devo confessar que sinto muita saudade de lá, mas o fato é que quando estava lá também sentia falta daqui, mas aprendi através dessa e de outras experiências "abroad" que isso é algo que se carrega para sempre. Notei muitas mudanças na minha volta e digo isso em todos os aspectos. O país mudou, minha cidade mudou, meu bairro mudou... mas claro né, triste seria se tudo continuasse o mesmo! O problema é que eu mudei também e com essa mudança fica meio difícil readaptar-me ao que antes me parecia tão normal e sem importância, temo que já não sirva mais para ser "paulistana". Não, não deixei de amar minha cidade mas tenho vivido com ela uma estranha relação... temos tido várias "DRs", quando a coisa fica feia a ameaço, digo que está tudo acabado entre nós, que vou embora e que não quero tornar a vê-la, mas depois fico pensando em como de fato seria se o fizesse e como uma boa "mulher de malandro" acabo perdoando-a mais uma vez, dando-lhe uma nova chance para ver se dessa vez o namoro "engata", mas sinceramente acho que essa nossa relação está realmente fadada ao fracasso e que é somente uma questão de tempo para que tudo vá por água abaixo de vez. Penso que seremos sempre especiais uma para a outra mas que o nosso amor já não é mais suficiente para segurar a barra das nossas diferenças.
O paulistano em busca de diversão e lazer no seu tão esperado final de semana tem que ser um sujeito determinado... paciência de um monge tibetano e a determinação de um guerreiro, porque de fato, preparar-se para um pouco de diversão em SP requer estratégia, como em uma guerra. Você tem que estar preparado para trânsito, filas intermináveis, preços abusivos e lugares cheios, mas cheios de verdade, quase no nível 25 de março às vésperas do natal.
Você decide por um programa normal, teoricamente simples como ir ao cinema e jantar fora. Segundo dados do IBGE, em 2011 a população de SP estava em 10.886.518 habitantes só no município. Acho que isso já explica muita coisa sobre os 50 minutos que perdemos hoje no trajeto Center Norte - Shopping D (2,4 km - sim, eu fiz questão de procurar no google maps!).
Agora em SP todos os estacionamentos de shopping são pagos, aqui na zona norte paga-se em torno de R$ 5,00 de 0-4 horas, ou seja, se foi lá comprar alguma coisa rapidão e gastou 30 minutinhos, nós, paulistanos otários pagamos R$ 5,00, o mesmo que o fulano que foi lá e gastou as 4h. Mas o que são os R$ 5.00 do estacionamento comparados ao roubo de uma entrada de cinema ou mesmo de um combo pipoca + refri... um verdadeiro assalto! Tente então almoçar ou jantar no shopping em um fds... tarefa digna de "Missão Impossível"!
Mas como nem só de shopping vive um paulistano, você pode optar por muitas outras coisas... que tal ir a um barzinho com os amigos? Bom, em tempos de lei seca (e que fique claro aqui que não sou contra a tal lei) ou você bebe e vai na fé de não ser pego ou fica no suquinho mesmo... ahhh o suquinho... alguém poderia me explicar como alguém tem a cara de pau de cobrar R$ 6,00 em um copo de suco de laranja??? Porra, trata-se de laranja, água e açúcar!!! Com R$ 6,00 eu compro um saco de laranja!!! Eu sou completamente revoltada com o preço dos sucos, principalmente em um país como o nosso, tão rico na diversidade de frutas. Estacionar também é problema, porque ou você sucumbe a era Vallet que vai te cobrar os olhos da cara para estacionar o seu carro na rua ou você mesmo faz isso, caso tenha a sorte de encontrar um lugar, e aí paga os olhos da cara para o flanelinha tomar conta do seu carro, coisa que ele não vai fazer... você sabe disso, ele sabe disso, mas você vai pagar porque tem medo do que possa acontecer ao seu carro caso você se recuse a fazê-lo. Só lembrando: 1- Você paga seus impostos à prefeitura. 2- A rua não é do flanelinha, embora ele pense o contrário. 3- A rua é pública. 4- Odeio flanelinhas!
Ahhh, desistiu o barzinho? Então te convido a tomar um cafezinho comigo, que tal? Uma misera xícara de café, com menos de 30ml dificilmente sai por menos de R$ 5,00. Questão de duas semanas Edgar e eu fomos a uma dessas padarias modernas, que são um misto de cafeteria, empório e casa de pães... resumo da ópera: duas saladas de frutas e dois cafés gourmet = R$ 50,00. O serviço também está cada dia melhor! É incrível a boa vontade com a qual as pessoas trabalham... deve estar sobrando muito emprego por aí, só pode! Aliás é uma coisa que tenho notado muito, a falta de educação das pessoas em geral e como todo mundo adora justificá-la com o stress... desculpa, mas não tem nada a ver com stress, é só falta de educação mesmo, pura e descarada!
Eu nem vou entrar nos méritos de shows, teatro, concertos porque aí o assunto fica ainda mais sério, basta dizer que essa semana fui ao um show e paguei R$ 10,00 em uma lata de guaraná.
Resumindo: divertir-se em SP não é nem um pouco divertido! Gasta-se muito em tempo para chegar aos lugares, os preços são exorbitantes, muito além do que sabemos que se paga por aí e muito além do que realmente valem, totalmente fora da realidade da maioria de nós meros mortais. E não pense que para por aí... os problemas vão muito além, mas fica pra um outro post.
Comemoremos então a volta do Mundo da Lua, em casa, sem filas, sem flanelinhas, com uma latinha de cerveja comprada no mercado ou com um cafezinho passado na hora, na doce resignação da nossa condição (ou da falta dela).

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